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Os Maduros de 38

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 31.08.14

 

          A maioria dos "maduros de 38", nascidos em Santo Aleixo da Bajouca, mais uma vez se juntaram em almoço-convívio para recordar o ano de 1938. Convívio aberto também a todos que por qualquer motivo estejam relacionados com famílias bajouquenses, é nessa situação que os organizadores me têm convidado e eu com muito prazer tenho aceite. Aos principais responsáveis pela organização do encontro deste ano, foram uma vez mais os Srs. Manuel Ferreira e Silvino Cabecinhas, a quem dirijo o meu muito obrigado e também os parabéns pelo êxito destes almoços-convivio.

 

         Ajudar o comercio local é um dever dos verdadeiros amigos da terra onde se nasce ou vive e dentro desse principio, mais uma vez foi escolhido o Ka-Te-Kero, café, snack-bar, churrasqueira e restaurante, da bajouquense Maria Isabel Domingues Pedrosa, situado no Largo dos 13. Com esta foto quero recordar a minha participação no almoço do ano passado, uma vez que neste, por motivos ponderosos, me foi impossível tomar parte. Mas como diz a canção "Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera", e assim é na verdade. Faltei eu, mas logo fui rendido pelo Virgílio Sousa que também por força maior não apareceu o ano passado. Pena foi que nesse dia a Bajouca tenha perdido um filho muito considerado que foi hoje a sepultar, o "tio Manel" das Charadas. Já poucos o conhecem por esse alcunha, mas conheço eu e recordo o saudoso Sr. Manuel Afonso, das Lameiras.

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publicado às 23:28


Festa de aniversário

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 14.07.14

Esta raça de bajouquenses em generosidade é o máximo. E quando se trata de responder a algo que requer mobilização…., aí temos logo os pioneiros do lugar a passar palavra e no momento exacto temos obra feita. Isso  aconteceu agora na Bajouca Centro quando alguém sabendo que no domingo, dia 13, fazia anos (27) o Sr. Padre Abel, logo pensaram em o segurar na Bajouca durante todo esse dia, para depois lhe fazerem uma surpresa.

Também fui dos favorecidos a entrar na partilha do bolo e cantar dos parabéns ao estimado sacerdote que da Bajouca é pároco muito querido da comunidade. Como se vê aqui ao lado da dedicada criada, a conversar com o Virgílio Alberto.

 No mesmo sítio, mas aqui ladeado pelo mano e um outro Virgílio, este, de apelido Sousa.

É bem verdade: junta-te aos bons e serás como eles. Pode não ser, mas que encostado ao Padre Abel ninguem passa fome garanto eu, e com a Lígia de serviço é um enfartar.

 Passar pelas mesas e cumprimentar os comensais faz parte da etica e é timbre do Padre Abel, aqui o temos na ronda

 

 Para que não sejam vistos de caras, nada como mostrá-los de costas, onde só poucos se deixam identificar

 

 O Fernando Ladeira é um daqueles generosos bajouquenses que sem complexos dá a cara e abre a bolsa....

Também o "Manel Jardineiro" e a "São Florista" que  desceram do Marco de Carnide até ao salão paroquial da Bajouca, sempre prontos a colaborar e partilhar dos bons momentos festivos que na paróquia acontecem.

 

 Estes eventos além do mais servem também de desenferrujar.... e saber novidades.....

 

 Quem é que não gosta de uma foto junto do Padre Abel ? Até eu tinha prazer.

 Gente danada. Até de Belas, um Diácono veio.

 

 Muito compenetrada a ver o funda da caixa, a D. Rosa que ainda não recuperou do sono que na véspera a viagem de Paris para a Bajouca lhe roubou, parece estar a pensar: em França não há gente desta. 

O vídeo mostra melhor o que foi

 E quem carregou com o petisco e lançou o boato..., agora que com a Mariazita limpe o salão. E se não  esqueça que para o próximo ano é à 2ª-feira, e são 73. Mas nessa ocasião o Salão não chega, mas há o Olival

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publicado às 23:00


Depois das sopas, o lanche

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 02.05.14

           Depois de um almoço de Sopas variadas, e de uma visita ao Parque do Pisão havia um convite do Zé João para um lanche partilhado e ver os vídeos de uma  “Descamisada” na Bajouca Centro e do ultimo "corso carnavalesco" do lugar. Por volta das 16:00h lá estava eu de barriguinha cheia, junto do anfitrião para com os demais convidados entrar na farra.

          Não se podia dizer não a tão amável convite, nem perder a oportunidade de recordar cenas de eventos ocorridos antes, alem da satisfação de partilhar e conviver com este simpático grupo de gente amiga, onde nem no jardim os homens se livram de ser controlados pelo sexo oposto. Mas aqui a Madalena do Arménio está desculpada, dado que de garrafa em punho a intenção não era a de regar as flores.

           Momentos de animada cavaqueira que uma boa pinga e acompanhamento ajudou a passarem.

          Da Bajouca Centro só faltou quem de todo lhe foi impossível estar presente, tirante esses só um ou outro daqueles cuja falta ninguém nota

 

           Dia fresquinho, mas sem a chuva que caiu no dia anterior, sábado 26, ninguém estava com pressa de ir ver os vídeos. Só eu, porque a jornada ainda estava longe de terminar para mim.

           Que não havia pressa nota-se pelo vagar com que se vê aqui: o Fernando Ladeira, a contar pelos dedos; o Hilário Estrada e o António Serradela.  Se não os chamavam, ainda o Zé João chegava primeiro ao Congo Belga do que eles ao fim do bate-papo.

           Mas o Rui e Célia também foram culpados porque sempre que a Madalena passava metiam a mão no recipiente para fazer lastro.

           Como só Deus é que pode estar em toda a parte, e nós apenas aonde as pernas nos levam e é permitido chegar, com os vídeos a meio fomos para outro convívio, a decorrer no Largo dos 13. Nestas coisas nunca se diz que não, até porque há sempre tempo para tudo, foram as Sopas, o lanche e depois uma festa de aniversário que terminada deu ainda tempo para regressar a casa do Zé João e conviver mais uns instantes com toda  aquela camaradagem antes de tombar na cama.

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publicado às 20:51


Só para convidados

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 07.03.14

O "Entrudo" já lá vai, e agora entramos na Quaresma; tempo de preparação para a Grande Festa Cristã: a Pascoa da Ressurreição de Senhor. Mas como tempo de Quaresma também é tempo de alegria, vou dar um cheirinho do que foi o corço na capital do barro leiriense.

Como já disse, este ano não assisti a um evento que na Bajouca costumo ver e  até já fui figurante algumas vezes. A concentração por norma tem sido na Bajouca Centro, pois ali,  além do Adro e do amplo Olival há um Salão Paroquial que no caso de ser preciso abriga e alberga muita gente.

 

E foi o que sucedeu no passado domingo, dia 02. O corço que este ano tinha sido transferido para o Largo dos 13, e assim quebrar a rotina do sempre no mesmo lugar, não deve ter agradado a Santo Aleixo que combinado com São Pedro, mandou as torneiras abrir. E o nosso João Poeta aproveitou para dar largas à garganta.

Com o tempo desfavorável foi alterado o programa e o desfile acabou por se fazer no Salão, com a Bajouca Centro favorecida por jogar em casa. Até o Fernando Ladeira aproveitou para se desfazer do fumeiro e da rica pinga da sua adega.

Com tema livre e ao gosto e engenho das pessoas e associações bajouquenses, até os tolhidos  do reumático que frequentam o ginásio na classe Viver Activo para desengonçar as articulações  se esqueceram das maleitas e de palhinhas coloridas aparecem a jogar ao arco. Se lá tivesse ido era neste grupo que alinhava

 Com tema livre e ao gosto e engenho dos participantes dos lugares e associações, a Bajouca Centro escolheu o tema "Ali Babá  e  os Quarenta Ladrões", onde a piada fina não faltou e com pontaria acertada...

Na cena parece haver "Toino"; mas madeira "Afonso" há com certeza. O "Pedro Abrunhosa" não podia faltar e foi um êxito no "Vamos fazer o que ainda não foi feito...." 

 

Para avaliar do engenho e arte dos figurantes houve um júri presidido pelo Sr. Padre Abel que veio propositadamente de Fátima para esse efeito.

 

 No programa da Bajouca Centro constava cada um levar farnel para depois comer no Largo das 13, como ficou sem efeito o programado desfile, nem por isso o farnel deixou de se consumir para satisfação destas caras sorridentes que colaboram na organização.

Terminado o desfile no Salão e depois de dar animação à festa, deixam a folia entregue a quem ficou e foram desmascarar-se ao mesmo sítio donde partiram: à casa da Fernanda do Zé João, que muito bem engravatada de novo os recebeu. E minha gente, carnaval foi ali ! Mas só para convidados. As imagens falam por si.

 

 

 

 

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publicado às 10:10


Padre Albino

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 02.01.14

          Não tenho memória de alguma vez o ver ou falar com ele, mas do seu nome e actividade sacerdotal ouvi muitas e abonatórias referências. Motivo que influiu para que no dia do seu funeral lhe fosse prestar a minha homenagem, que como cristão se deve a todos, mas em especial aqueles que generosamente se dão ao seu semelhante por amor a Deus e ao próximo. Natural de São Mamede (Batalha), onde nasceu a 06/06/1938, o Padre Albino da Luz Carreira foi ordenado sacerdote a 15/08/1964 e nessa condição serviu a Igreja nas mais diversas funções como as de director espiritual do Seminário Menor de Leiria, director do Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações, capelão da prisão-escola e da cadeia regional de Leiria, e de pároco que também foi da paróquia de Nossa Senhora da Assunção de Minde. 

         O padre Albino faleceu no passado dia 31 de Dezembro, terça-feira, no hospital de Abrantes, onde se encontrava internado desde o dia de Natal. Era pároco de Minde, no concelho de Alcanena, diocese de Leiria-Fátima. O corpo esteve em câmara ardente, na igreja paroquial de Minde, até ao princípio da tarde de quarta-feira. A celebração das exéquias teve lugar no pavilhão Ana Sonça às 14h30. Após as cerimónias a que presidiu D. António Marto, e como concelebrantes o seu conterrâneo D. Virgílio, bispo de Coimbra, e o bispo emérito de Leiria/Fátima, D. Serafim Ferreira, além de muitos sacerdotes da sua diocese, o corpo seguiu, em cortejo fúnebre para o cemitério do Casal Vieira (São Mamede), onde ficou sepultado.

 

         Em dia de muita chuva, isso não impediu que o grande pavilhão escolhido para os mindericos se despedirem do seu dilecto pároco, enchesse de paroquianos e amigos do saudoso e santo sacerdote que deixou rasto na sua passagem pela terra, como muito bem o reconheceu e realçou o bispo diocesano, D. António Marto. Ao Sr. Padre Abel, ao nosso condutor David e à agradável companhia da Mariazinha e da carnidense D. Conceição Torrada agradeço a oportunidade que me deram e que no regresso a Helena Afonso presenteou com um lanche muito bem "enfebrado" e adoçado, que o David regou....Uns vão e outros aguardam....

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publicado às 18:16


Terras do interior

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 03.11.13

          A visita aos cemitérios no Dia dos Fieis e Defuntos é uma tradição muito antiga, talvez anterior ao séc V quando a Igreja passou a dedicar um dia anual de oração pelos seus mortos. Mas só os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigaram os cristãos a dedicar um dia inteiro aos mortos. Mais tarde, já no séc. XIII, o dia de rezar pelos mortos passou a ser no dia 2 de Novembro, como até agora. A escolha deve-se ao facto de ser um dia depois da comemoração da Festa de Todos os Santos, onde se celebrava a morte de todos que faleceram em estado de graça e que por algum motivo não foram canonizados, os santos das nossas famílias que por certo todas os têm. Este dia, 1º de Novembro, foi dia santo de guarda até 2012, agora por decisão governamental deixou de o ser, mas nem por isso os cemitérios deixaram de ser alindados para no Dia de Finados receber a  visita dos que ainda por cá andam e têm saudades dos que já partiram. Se pensaram contrariar o sentimento daqueles que respeitam os seus familiares e amigos falecidos, estão enganados, pois quanto a mim até o vão beneficiar, uma vez que esta demarcação entre o Dia de todos os Santos e o Dia de Finados põe à prova o verdadeiro sentimento e coerência dos fieis cristãos. O tempo dirá.

 

           Nas nossas aldeias, praticamente nem se notou a supressão do feriado, e da tradicional visita aos cemitérios, muito  menos. Ora no próprio dia, ora no domingo a seguir, já há muito tempo que isso acontece de acordo com a disponibilidade dos respectivos párocos, sempre muito apertada nestas ocasiões. Na Bajouca, cujo pároco tem duas freguesias, a visita há muito que se realiza no domingo a seguir, realizou-se hoje; e ontem, que calhou no dia próprio, fez a de Carnide.

           Agora, com o Sr. Padre Melquiades como vigário-paroquial, o Sr. Padre Abel embora tenha a sua missão paroquial mais facilitada, não deixa de ter  muito trabalho, pois são duas freguesias cuja população requer com frequência os serviços do pároco. Hoje a Missa dominical foi celebrada pelo Sr. Padre Melquiades, coadjuvado pelo Diácono João Paiva, os quais presidiram ao cortejo que no fim da Missa se organizou em visita ao cemitério local. Muita gente como é timbre dos bajouquenses em todos os actos nobres que decorrem na Bajouca. Terminada a visita fui tomar o cafezinho no Sousa e ali receber um convite para um passeio até Vermoil, onde esta manhã decorreu a 20ª Tripla Légua, organizada pelo Atlético Clube de Vermoil, com inicio às 09:30h.

          Lá fui parar, e cerca das 12:00h estava no adro da igreja paroquial de NS da Conceição de Vermoil (Pombal) onde estava montada toda a orgânica de apoio ao desportivo evento. A corrida contou com um percurso de 15km. A partida foi dada em frente à igreja matriz, com uma volta à localidade, seguindo pela Chã, Venda Nova, Marco (Km 5), Valdeira, Roques, Pisão, Gáteos (Km 10), Quinta São Lourenço, Santo António, Penedos, Gafaria, Tiroeira e Vermoil, terminando em frente à igreja matriz, onde estava situada a meta. Em simultâneo realizou-se a caminhada de 5km, para todos os amadores do exercício

 

          Frontaria da igreja paroquial de Vermoil

          Meta na estrada junto ao adro. A prova era aberta a todos (maiores de 5 anos), dentro dos seguintes escalões: Benjamins, Infantis, Iniciados, Juvenis, Juniores, Seniores e Veteranos, de ambos os sexos. Para os diferentes escalões, houve percursos desde 500 metros até 15km.

          Aqui um atleta do GAU ( Grupo Alegre e Unido da Bajouca) a ser repescado pelo Palinho

           Aqui dois jovens concorrentes, já após concluída a sua prova, como se vê pelo saco de presença e participação

          Três dos premiados, no pódio onde se vê também muitos troféus para distribuir.

 

          Aqui os manos  Larito e  Virgílio Alberto que onde houver atletismo lá está a Bajouca representada. E eu como pendura, onde houver gente generosa como duas caras simpáticas aqui patentes, também não falho nestes eventos.

 

          Eventos onde  também o comercio funciona, como aqui se vê, e os clientes não faltaram. É preciso animação, e para isso, nada como as actividades desportivas que dão vida às terras do interior.

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publicado às 22:45


Dá para todos!

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 15.09.13

 

          Quando a terra é boa as sementes produzem bons frutos. Assim acontece com as pessoas virtuosas que pelo seu exemplo e atitudes deixa marcas que não se apagam. E mais não digo.

          Este fim de semana vim até à capital do barro leiriense, e uma vez aqui a visita ao Casal dos Afonsos é obrigatória. No sábado pela manhã, dia da Exaltação da Santa Cruz, passei pela igreja e aproveitei para com um pau matar dois coelhos. Visitas feitas, a hora de almoço começava a aproximar-se e dele tinha ficado a tratar a minha cara metade. Mas é como disse, as pessoas virtuosas também são ricas em generosidade. Quando me preparava para sair surge uma ordem do n/tenente-coronel Afonso, reforçada pela da Gabriela, sua esposa, para com eles comer a sopa feita de legumes da sua horta. Foi só fazer uma chamada que suspendeu o trabalho da minha cozinheira, e por volta das 13:00h ai estavamos nós todos abancados à mesa, no alpendre da ti Beatriz Rata. Mas antes fomos colher a fruta para a sobremesa, acompanhados pela n/anfitriã.

           Aqui andam os citadinos agricultores no meio da plantação

           Com três granadas de lhe tirar o chapéu, o n/tenente-coronel até parece um lavrador, e é.

 

            Como dizia ali a Gabriela: Deus é muito nosso amigo, dá-nos destas coisas sem nenhum esforço nosso. - Eu acrescento: para vós, para os amigos e para os que à socapa vão de noite ao meloal. Dá para todos!

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publicado às 11:50


Descamisada

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 09.09.13

 ~

Corte da palha

Já lá vão uns anos que no ELO da Bajouca publiquei uma série de artigos à volta das tarefas relacionadas com o milho e seu produto final. Abri com este artigo que transcrevo a seguir, em homenagem aos promotores e participantes na mostra etnográfica que foi a desfolhada realizada no passado dia 7, na Bajouca Centro.

Transporte das espigas

A jornada começou depois de almoço com o corte da palha e carreto para a eira do ti Joaquim, no Outeiro, prolongou-se com as demais operações que vão desde a descamisada, malhada e guardar do grão. Pelo meio a partilha, o gosto de conviver e colaborar nas iniciativas culturais e humanistas fizeram-se notar no rosto e na alma de todos os participantes.

 

Um grupo selecto de descamisadores

 "Do descamisar até ao forno - I

 Como acontecia por ocasião do cavar, do semear e do sachar a terra, ou do vindimar das uvas e apanhar da azeitona, também nas “descamisadas” os ranchos de pessoal familiar e comunitário eram notórios e relevantes no levar a cabo dessa alegre e participada tarefa rural. Tarefa que consistia e consiste em retirar a espiga do interior do folhoso invólucro que a envolve desde a formação até ao envelhecer da palha e amadurecimento do grão, e que tem no Minho e em Trás-os-Montes a designação de “desfolhada”; e em certas terras das Beiras, como por exemplo em Carregal do Sal (Viseu) e Oliveira do Hospital (Coimbra), a de “descascada”.

 

 Descamisada ou desfolhada, na Bajouca, em 7/9/13.

Precedida do corte e acarretar da palha com as maçarocas do milho para junto de um improvisado descamisadouro, a tradicional descamisada carecia não apenas de quem descamisasse, mas também de pessoal que soubesse enfeixar e atar as canas em pequenos molhos, que de seguida eram acumulados em “meda” ou “merouca” ao redor duma estaca, como ainda sucede a norte do Rio Douro, ou então, como na Bajouca, empilhados na “palhoça” vizinha da  casa e do curral do gado.

O bom humor não faltou

É mais uma das antigas tradições rurais em risco de se perder. Isto porque o costume de conservar a espiga agarrada à cana do milho até ao preciso momento do corte e consequente descamisar está progressivamente a cair em desuso e a ser substituído pelo de no próprio campo ou lameiro se retirar as maçarocas do  interior da camisa (= folhelho ou “cosco”), deixando o corte das canas para uma outra ocasião. Ocasião que até pode nem surgir, quer pela escassez de mão-de-obra, quer devido à falta de gado nos currais do agricultor, e mesmo o pouco que ainda possa haver, por também afidalgado, em vez de palha já dá muito mais apreço às vitaminadas farinhas de engorda..."

 

Os "mantilheiros" não podiam faltar neste cultural evento

"Do descamisar até ao forno – IV

Assim como na região da Bajouca imperam os “mantilheiros” com suas pantominices para animar as descamisadas; no Minho são as espigas de “milho-rei” (= beneras) e as “rainhas” (= treses) que ao serem encontradas por alguém no “desfolhadouro” (=descamisadouro) dão origem a certos momentos de vivo reboliço e alegre divertimento entre os circunstantes. Sobre tal assunto, na monografia “Vilar de Ferreiros – na história, no espaço e na etnografia”,do ano 2000, fiz constar, na pág. 75:“Nesta participada tarefa os intervenientes cantam, contam histórias e voluntariosamente dão a sua desinteressada colaboração, quando muito apenas à espera de serem recompensados com uma “pinga” ou então pela ânsia de festejarem o aparecimento de uma espiga vermelha, “milho-rei” ou mesmo uma espiga serapintada,“rainha”; acontecimento que não sendo rezado - o que só  sucede  caso quem a encontrou tenha enviuvado ou esteja de nojo - se celebra sempre com o tradicional abraço da pessoa que teve a dita de encontrar a espiga da sorte...”, a todos os presentes.

 

 O anfitrião com a filha Fernanda de malho na mão. Força ti Joaquim

Embora o assunto já tenha sido abordado anteriormente, nunca é de mais lembrar que desde a sementeira do grão até ao despontar da espiga no tenro caule do milheiro, o milheiral em quanto na sua primeira fase, à espera de vingar e produzir boas maçarocas, ainda serviu por algum tempo como fonte alimentar do gado domestico. Como já mais tarde, na fase do amadurecer da planta, foram os “crutos” ou “crochas” que ainda voltaram como ração de verdura à manjedoura dos animais. De recordar que nessa ocasião também a “barba de milho” começava a torcer de seca.

Peixinho e pão do Zé e da Fernanda Capitão foi a delicia do evento. Parabéns Bajouca Centro!

 E antes que os mais velhos se fossem a ela por ser um óptimo diurético quando “usada sob a forma de infuso, extracto aquoso, decocto e xarope do extracto”, era a canalha mais ousada, e às escondidas dos pais, quem a aproveitava, para em segredo se iniciar no vício do fumo. Hoje a iniciação é às claras, na rua, à porta de casa ou da escola; e, em vez da barba de milho, optou-se por “plantas”  e “pozinhos” da estranja..."

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publicado às 20:14


Manter a tradição

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 02.09.13

           Fizeram, no passado dia 28 de Agosto, 50 anos de casados o Sr. Virgílio Sousa e a D. Luzia Afonso, um casal de bajouquenses muito conhecido e estimado que tenho, muitas vezes, por vizinho, parente por afinidade, e por amigo sempre. Para festejar o evento o casal convidou familiares e amigos para um jantar que depois culminou com a partilha do bolo de aniversário, na sala de fumo do Café Sousa do qual são proprietários. Por calhar no dia em que os "Maduros de 38" se reuniram em almoço-convívio, no Sábado dia 31, só casualmente passei pelo Café e entrei no reservado para ver o ambiente. Lá dei com a Bela, encostada à ti Luzia; a Gina, ao ti Virgílio;  e também radiantes os seus quatro manos: o Zeca , o Nuno, o Paulo e o Miguel, ou seja o fruto reprodutivo de 50 anos do casal. O Sr. Padre Abel para abençoar a todos, com a Olga, nora do casal, ao lado; e de pé, a D. Rosa e a Mariazinha prontas para bater as palmas.

 

           Depois foi o momento dos abraços de parabéns, e toda a minha gente abraçou

 

          Aqui foi a vez dos netinhos que por enquanto em numero não dão a verdadeira imagem dos avós e da família. Também nesta matéria... os bajouquenses devem ser mais generosos. Há que manter a tradição

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publicado às 22:20


O Patrono da Bajouca

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 22.08.13

 031.JPG

           Uma homenagem, ainda que singela, a todos os voluntários que de um modo ou outro deram forma e dinâmica ao Restaurante das Festas de Santo Aleixo é como que um dever de quem durante o tempo de festança ali se serviu ao jantar. Mas para melhor informação o blog : http://terrasdolis.blogs.sapo.pt é um bom auxiliar.

          Do pessoal mais próximo das instruções do mestre Lino até ao controlador da entrada dos utentes no restaurante, o Carlos Pedrosa, tudo funcionou como de profissionais nas diversas funções se tratasse. Só na Bajouca se vê disto!

          Da copa ao balcão e do balcão às mesas, todas as fases do serviço de restauração primam por ser agradaveis não apenas ao paladar, mas também aos olhos do mais exigente cliente. 

           Aqui um dos intermediários  entre os serventes à mesa e os responsáves por fazer as doses. Que são sempre bem servidas, como esta que me parece de febras. 

           Tudo mexe, minha gente, e de pequenino é que se torce o pepino.

 

            E tudo de cara alegre 

 

          Trabalho não faltou a esta e outras equipas.

           No controle...das sobremesas, caras bem conhecidas da Bajouca

 

          Ainda dá tempo para dois dedos de conversa

           Uma boa companhia de apreciadores também é um incentivo para quem trabalha

 

           Tudo aposto para de pés e mãos servir às mesas até ao lavar das panelas.

 

           Estas e estes não podem ficar de fora

 

           Não é medalhada..., mas  todos quantos trabalharam nas festas de Santo Aleixo, bem o mereciam ser. Mais do que alguns atletas profissionais.

 

 

           Boa disposição não falta

          Tio e sobrinha separados por cruzeiro

 

           Uma mesa cheia, com Capitão... no topo

          Todo risonho o Augusto, ainda nem o prato virou. Haja bom humor que o jantar depois até sabe melhor

 

           Cara de mau, mas é só a fingir

           E toda a nossa gente reina

 

          Sem outro objectivo senão felicitar toda a comunidade bajouquense, mas em particular quem fisicamente trabalhou durante os dias festivos no restaurante que é sem dúvida um dos principais atrativos a fazer deslocar à Bajouca inúmeros apreciadores da boa culinária regional, as fotos com que ilustro este post não obedeceram a qualquer critério selectivo, são fruto de uma brincadeia de ocasião que serviu para ocupar o tempo enquanto se esperava  pelo jantar.  Apanhei quem calhou apanhar e por isso os que a objectiva ignorou que não fiquem melindrados. Para os louvar e agradecer lá está Santo Aleixo, o Patrono da Bajouca.

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publicado às 00:08


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