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Por terras de barro e xisto

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 23.07.10

 

 Jardim central e igreja do Calvário, sec. XVIII.

          Seguramente há mais de trinta anos que não passava em Nisa, a IP2  que liga Portalegre  com a A23, via Barragem do Fratel, desviou da N364 e da N18 a maior parte dos viajantes que dantes por ali circulavam em demanda de terras da Beira Alta.

Loja de olaria e bordados  ao pé do cine-teatro de Nisa.

          No passado dia 16, sexta-feira, conduzido por uma jovem latifundiária alfacinha aí vou eu pela A1 apanhar a A23 para depois, saindo, seguir pela IP2  até às proximidades de Amieira do Tejo, e então pela N364, via Arez, alcançar a simpática vila alentejana a quem D. Manuel I deu foral em 1512. Famosa pela sua olaria cuja técnica decorativa do empedrado a distingue das demais louças regionais do país; ao barro e pequenos fragmentos de quartzo branco da região vão os oleiros da terra recolher o produto de que se servem para  fazer verdadeiras peças de arte: a louça de Nisa.

 Louça de Nisa

          Mas para um transmontano de Basto saber que como em Mondim também na  vila de  Nisa,  NS da Graça tem ermida e dá o nome a um dos mais importantes miradouros desta alentejana zona de trasinção me dá particular regosijo.

Nossa Senhora da Graça, que se venera em Nisa (Portalegre)

 Zona de barros, mas também, como na minha, de muitos calhaus... de granito

          O destino desta viagem não era demorar em terras do Alentejo, nem da Beira Baixa, mas de passar o fim de semana em terras de Leiria, onde na Bajouca, também capital do barro leiriense, ia decorrer até domingo, dia 18, a já tradicional Feiriarte, certame que a ABAD, uma associação local ali promove anualmente. Quer isto dizer que logo após a visita à herdade da minha condutora e de um breve passeio pelo centro da vila foi o apanhar de imediato a N18  e a caminho de Vila Velha do Rodão descer e deixar para trás a ribeira  e as famosas curvas  de Nisa de que já tinha saudades

 O Tejo que dantes entrava ligeiro pelas Portas do Ródão é hoje uma banheira de água choca

          Os ares da serra e o embalar das curvas de Nisa fizeram-se reflectir no abrir-me o apetite. A hora também começava a convidar pois eram cerca das 12h30 quando estava a atravessar a Ponte de Vila Velha, paralela às "Portas do Ródão". Lembrei-me então do famoso restaurante que, agora em ruínas, ali junto à ponte servia o apreciado arroz de lampreia e atraia turistas das mais diversas proveniências. A barragem deu cabo de tudo e a fabrica de celulose ajudou. É um "bom" exemplo para apontar  aos defensores das barragens nos rios de Portugal.  

Restaurante popular à entrada de Vila Velha do Rodão (Castelo Branco)

           Como quem não tem cão, caça com gato, o remédio  foi andar uns metros mais adiante e na urbe entrar no primeiro restaurante que me pareceu de acordo com as minhas preferências. Acertei, não foi lampreia, mas enguias.

 Fábrica de Celulose de Vila Velha do Ródão

          Como disse há já muitos anos que não circulava na estrada que liga Nisa a Vila Velha do Ródão, as auto-estradas não se fizeram para favorecer as terras do interior mas para as ignorar e explorar quem ali vive. Recordo que muitas vezes por ali passei e em caravana dos Amigos da Foz do Cobrão, que em Lisboa tinham no pai do Pintor Cargaleiro um conceituado dinamizador, por mais que uma vez fiz férias em Sobral Fernando. Por onde andará uma D. Fernanda e seu marido, Sr. Cipriano?   

 Rio Cobrão

          Aqui zona de transição entre o Alentejo e a Beira, a Foz do Cobrão é um dos geossítios do Geopark Naturtejo.  As Portas do Almourão situadas entre Sobral Fernando (Proença-a-Nova) e esta aldeia de Vila Velha do Rodão são testemunho evidente desses curiosos geossítios. Os geossítios ou "pedras parideiras" é um granito, modular da Castanheira, correspondente a um corpo granítico com a área aproximada a 1km2, e contemporâneo do glaciar da serra da Estrela. Como quem não aparece esquece, assim me sucedeu e eu que sabia existir em tempos uma ligação directa de Vila Velha à Foz, mesmo antes de haver ponte entre a Foz e o Sobral, o certo é que por minha distracção ou má sinalização na  sede do concelho, atravessei Vila Velha até lá muito distante onde me dei com a A23, e já desiludido pensei em regressar ao meu destino. Valeu que entretanto me surgiu já em direcção a Proença-a-Nova uma placa indicativa com o nome de Foz do Cobrão e retrocedendo lá fui eu fazer uma romagem de saudade aquele sedutor espaço geográfico que na geologia tem muitas semelhanças com a serra da Freita, também famosa pelas suas "pedras parideiras" da Castanheira, freguesia de Albergaria da Serra (Arouca).  Adorei!         

 Sobral Fernando

           O Sobral Fernando que conheci há cerca de 40 anos nada tem a ver com este de 2010. Os meus parabéns à Associação para o  Desenvolvimento de Sobral Fernando!

 "Portas do Almourão", na ribeira da Ocreza

 Ribeira da Ocreza 

          Ribeira que nasce na serra da Gardunha e desagua no Tejo a jusante da barragem do Fratel. A visita foi muito breve, mas muito agradável, e não fora a pressa de chegar a Leiria por mais tempo me demoraria ali. Assim por volta das 14h30 deixei as sedutoras aldeias do Xisto e por Sobreira Formosa em  direcção a Proença-a-Nova tomei a IP8 a caminho de Pedrógão Grande, Ansião e Pombal para por Santo Elias de Carnide alcançar a Bajouca, em festa. 

 

  Um aspecto muito animado da Feiriarte

          Por lá me distrai o resto de uma semana prolongada que me deu ainda tempo para na segunda-feira, dia 19, fazer uma visita a Fátima e almoçar em Leiria.   

Vídeo da Feiriarte

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Parabéns aos noivos

por aquimetem, Falar disto e daquilo, em 01.07.10

          Mais um daqueles fins de semana que passei nas antigas terras do Souto da Carpalhosa sem quase sentir as horas correr. Foi mais uma festa de casamento em que participei, desta vez o da Cátia com o Artur, um simpático casalinho a quem pela família materna da noiva estou ligado por afinidade. Como é tradição e manda regra: quem convida tem que aguentar com os convidados..., e alimentá-los para animarem  a festa. O Virgílio e Maria do Rosário, os pais da noiva, assim fizeram, e a partir das 10h00 o telheiro da casa ficou abarrotar. Aqui só a meio rosto, a Isabel Neto tenta disfarçar, a descascar fruta; mas por muito que tente não esconde a sua cara de madrinha.   

          De Lisboa veio propositadamente o diácono João Paiva para presidiir a este matrimónio  de um casal seu aparentado, e cuja Eucaristia o Sr. Padre Abel celebrou.  Foi uma cerimónia muito participada e alegre, que um  grupo coral composto por amigos e familiares da noiva com musicas e cânticos apropriados ao acto abrilhantou.

          E aqui temos nós o grupo coral e musical que abrilhantou a cerimónia matrimonial da Cátia e do  Artur, constituído por tios e sobrinhos da noiva, com destaque para dois notáveis profissionais: o Pedro, de camisa branca, ao órgão; e o Gonçalo, de camisa azul, ao fagote. 

           Já unido pelo sacramento do Matrimónio o casal  posa ladeado pelos pais da noiva 

           Noutra perspectiva, o benjamim casal mostra-se fotografado a par dos pais da noiva e do noivo.

  

           Espaço verde junto à entrada do restaurante do Pinhal da Quinta, onde de blusa branca, a avó da noiva e minha cunhada Maria Emília com quase 86 anos dá lições de juventude aos jovens com eu. Também parabéns à avozinha da Cátia

A festa foi boa e prolongada: parabéns aos noivos

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